quinta-feira, 12 de maio de 2016

Punição sem crime é a "maior das brutalidades" contra o ser humano, afirma Dilma

Cercada por dezenas de ex-ministros, parlamentares e servidores do Palácio do Planalto, a presidente afastada Dilma Rousseff fez um pronunciamento à imprensa, nesta quinta-feira (12), no qual classificou o processo contra ela de "impeachment fraudulento". Ela admitiu que pode ter cometido erros, mas enfatizou que não cometeu crimes e que está sofrendo injustiça.

Dilma durante o pronunciamento | Foto: Reprodução 
"Não cometi crime de responsabilidade. Não tenho contas no exterior, jamais compactuei com a corrupção. Esse processo é frágil, juridicamente inconsistente, injusto, desencadeado contra pessoa honesta e inocente. A maior das brutalidades que pode ser cometida por qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu", afirma. 

Em falas interrompidas por aplausos e gritos de apoio, a presidenta lembrou que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e reiterou o risco à democracia. "O que está em jogo não é apenas o meu mandato. É o respeito às urnas”.

Notificação

Dilma foi notificada no Palácio do Planalto pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves, de seu afastamento do cargo após a proclamação do resultado da votação da admissibilidade do seu processo de impeachment na manhã desta quinta-feira (12).

O Senado aprovou, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma. Com isso, o processo será aberto no Senado e Dilma é afastada do cargo por até 180 dias. Os senadores votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78 parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, se absteve.


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