quarta-feira, 20 de julho de 2016

“Vou abrir mão de todo tipo de regalia que onere os cofres municipais”, afirma Márcio Colombo

Por Vivian Silva

O andreense Márcio Colombo, 38 anos, estreia na política municipal como pré-candidato a vereador pelo Democratas (DEM). Ele é um dos idealizadores do movimento “Força do Bem, Santo André do Bem”, que busca auxiliar na formação de cidadãos mais conscientes e ativos na sociedade, além de combater privilégios dos políticos como, por exemplo, o número elevado de assessores e auxilio financeiro para diversas despesas.  

Em entrevista exclusiva ao Ponto Final, o pré-candidato conta o que o motivou a sair como candidato, fala da esperança em construir uma nova política e ressalta o papel do vereador, que entre os atributos está o de “exercer o papel de fiscal dos contratos firmados pela prefeitura”, além de “trabalhar pelo bem comum”. 

Colombo estreia na política municipal | Foto: Alexandre Machado
Ponto Final: O que ou quem te motivou a sair como candidato a vereador em Santo André?
Márcio Colombo: Estou entrando para a política agora, nunca ocupei cargo público algum. Faço parte de um movimento chamado Força do Bem, movimento de conscientização política, que leva a sociedade o conhecimento de seus direitos e, principalmente, de seus deveres. Este movimento também se opõe a qualquer tipo de regalia e gasto desnecessário no poder político ou público, de maneira geral, defendemos que o dinheiro público deve ser utilizado de forma que devolva aos contribuintes e pagadores de impostos serviços públicos essenciais de qualidade e não para sustentar privilégios descabidos. Por estar num movimento de moralização que almeja resgatar a ética e implantar uma nova política voltada, exclusivamente, aos interesses de nossa sociedade, a minha maior motivação é a situação pela qual nosso país vem passando, uma crise política e de valores, que esta afetando todas as esferas do poder, desde o municipal até o governo federal. A política perdeu sua essência, a de trabalhar pelo bem comum, pelo desenvolvimento de nosso povo e de nossa pátria, ao contrário vem sendo usada por pessoas mal intencionadas que colocam seus interesses particulares à frente dos interesses da coletividade. Eu tenho muita esperança na renovação, eu acredito que através de pessoas novas na política, pessoas do bem e honestas que queiram entrar para trabalhar pelo bem estar social, pelo desenvolvimento das pessoas e em consequência de nossa cidade, e que tenham coragem para implantar um novo modelo de gestão pública voltado na eficiência, cortar todos os gastos desnecessários e maximizar o valor de cada centavo em impostos recolhidos em retorno ao cidadão. Eu acredito que esta mudança esta em cada um de nós, e a construção de uma nova Santo André está na esperança e coragem da renovação. 

PF: Por que escolheu o Democratas para iniciar na política?
MC: O Democratas defende que a mudança começa por cortar os gastos desnecessários que, hoje, oneram os cofres públicos e prejudicam o potencial de investimento da cidade, também tem em seu plano de governo instituir um novo modelo de gestão, um modelo mais técnico do que político, que busca a eficiência e a melhoria continua dos serviços públicos prestados, a desburocratização e enxugamento da máquina. O projeto do Democratas busca recuperar a atratividade que Santo André já teve como polo  produtivo e de desenvolvimento de novos negócios, potencializar as oportunidades da cidade em conjunto com toda a região. O que me chamou a atenção no Democratas é que sua base é quase na totalidade composta de novos políticos,  um partido novo e independente em Santo André, que não faz parte dos grupos que passaram pelos últimos governos municipais. O partido para ter coerência com o compromisso de firmar uma nova força política na cidade, esta lançando como pré-candidato a prefeito o Fabio Picarelli, que foi presidente da OAB de Santo Andre, por dois mandatos e é sócio de um dos mais tradicionais escritórios advocatícios da cidade, uma figura respeita por todos os segmentos andreenses.  Por tudo isto escolhi o Democratas que abriu a legenda ao movimento Força do Bem e nos deu liberdade para trabalhar nossa causa, que esta em consonância com os interesses do Democratas e os da cidade.

PF: Atualmente, como o senhor analisa Santo André?
MC: Em Santo Andre, especificamente, o cenário esta muito ruim, hoje temos uma Prefeitura endividada com a Sabesp, dívidas com precatórios, atraso nos vencimentos dos servidores públicos, uma cidade mal cuidada com ruas remendadas, praças públicas sem o devido serviço de jardinagem, falta de água que impacta grande parte dos bairros por toda cidade, saúde muito aquém do atendimento ideal, com filas que podem passar de um ano para uma consulta com um especialista, ou um exame mais elaborado, a educação, em pleno mês de julho, com falta de material didático, de uniforme e merenda reduzida, a segurança também deixam os munícipes alertas. A cidade vem perdendo empresas, deixando de ser atrativa para manter as que aqui estão, ou trazer novos negócios, o que diretamente impacta no comércio e serviços. Santo André é uma cidade rica, cheia de oportunidades, deve buscar voltar a ser um viveiro industrial, incentivar o empreendedorismo, a geração de novos negócios, aproveitar a qualidade e capacitação de sua população para gerar riquezas na própria cidade. Temos muitas universidades aqui em Santo André, esta juventude que se forma, a cada ano, precisa de incentivo para empreender e gerar trabalho dentro dos limites andreenses. O turismo também pode ser uma nova indústria por aqui, cabe na cidade um moderno centro de convenções que aqueceria o setor hoteleiro, táxis, alimentação, empregos diretos e indiretos, além de potencializar as regiões de Paranapiacaba e Parque do Pedroso, por exemplo. A cidade vem crescendo, mas nossa infraestrutura básica não vem acompanhando, hoje temos um trânsito muito intenso e não temos nenhum projeto de mobilidade em discussão. Nossos rios estão poluídos, a cidade não recicla nem 20% do lixo em potencial. Enfim, dentre tantos outros assuntos para serem tratados e cada um deles merece muita atenção e aprofundamento. O que quero transmitir é que estamos com uma política pública ausente das ruas, de costas aos reais anseios e necessidades da população, uma política que deixou de trabalhar.  Eu tenho muita esperança na renovação, eu acredito que através de pessoas novas na política, pessoas do bem que queiram entrar para trabalhar pelo bem estar social, pelo desenvolvimento das pessoas e em consequência de nossa cidade, honestas e que tenham coragem para implantar um novo modelo de gestão pública voltada à eficiência, cortar todos os gastos desnecessários e maximizar o valor de cada centavo em impostos recolhidos em retorno ao cidadão. 

PF: Em quais áreas o senhor pretende promover ações e debates, que possam gerar benefícios diretos para a população?
MC: Quero aproveitar a pergunta e dizer que o meu maior compromisso com a população é garantir que o gabinete esteja presente nas ruas e interagindo com a cidade durante todos os dias do eventual mandato. Volto a repetir, hoje, a política está muito distante das ruas, das reais necessidades da cidade. Isto precisa mudar, pois o político nada mais é que um representante do povo, por isto deve por obrigação se fazer presente para poder identificar demandas, prestar satisfações, ser cobrado e também cobrar apoio da sociedade, para eventuais dificuldades dentro da Câmara. Em respeito ao movimento Força do Bem vou abrir mão de todo tipo de privilégio e regalia que onere os cofres municipais, e incentivar os demais colegas a implantar esta nova cultura. Temos que entender que política não é se servir e sim servir! Respondendo diretamente a pergunta, eu chamarei debates nas áreas do comportamento político e papel do vereador, pois entendo que hoje o vereador não esta cumprindo com suas responsabilidades de forma plena, sobre bom uso do dinheiro público e fim das regalias e privilégios desnecessários, educação, saúde, segurança, mobilidade urbana, fiscalização de contratos firmados pela Prefeitura em termos de qualidade e onerosidade, de acordo com os níveis contratados, integração regional, desburocratização e incentivo ao setor de produção industrial, comércio e serviços, meio ambiente, turismo e tecnologia. 

PF: Se eleito, qual será o primeiro projeto que irá propor? Por quê?  
MC: O primeiro projeto seria propor um curso obrigatório que explicasse a cada vereador eleito quais são suas funções e responsabilidades, de forma a prepará-los antes de assumirem a operação de suas atribuições, pois entendo que a partir do momento que a vereança compreenda quais são suas obrigações e as pratiquem a cidade e cada cidadão ganhará muito, pois passaremos a ser representados de fato. Eu observo que hoje a política se apequenou e cuida de assuntos  micros de situações, que não resolvem o problema, mas apenas aliviam o sintoma. O vereador precisa ter interesse em fazer a cidade funcionar e não em se aproveitar das dificuldades para vender facilidades e bondades. Este mesmo curso seria inserido na grade das escolas municipais, pois a partir do momento que a sociedade tomar conhecimento do importante papel do vereador e de todas as responsabilidades e obrigações que o cargo envolve por certo a vereança será mais cobrada e a Câmara será muito mais produtiva a Santo Andre. 

PF: Em sua opinião, como o atual ambiente político nacional e estadual afetará as eleições municipais?
MC: Penso que de forma significativa, a política do jeito que vem sendo praticada se desgastou. Grande parte da sociedade percebeu que precisamos virar a página. Eu venho acompanhando alguns críticos políticos, que apontam para grandes renovações, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Desejo, de fato, que a sociedade exerça seu poder de voto com muita consciência e demonstre nas urnas o desejo de um novo rumo.

PF: Como pretende trabalhar sua candidatura, por meio do “Força do Bem, Santo André do Bem”? 
MC: Foi através do movimento que eu fui impulsionado a entrar na política, uma das bandeiras do movimento é incentivar todas as pessoas de bem a participarem da política,
seja de forma indireta, por meio da cobrança dos nossos representantes, como de forma direta como eu estou fazendo saindo como pré-candidato a vereador. O movimento ressalta que quanto mais pessoas de bem entrarem na política mais espaço tomaremos daqueles que querem apenas se beneficiar e pouco contribuir com a sociedade. E com a participação e tomando o espaço que a mudança que tanto precisamos ocorrerá. O movimento tem o objetivo de crescer, se expandir para outras cidades, estados e até para o Distrito Federal, para que isso ocorra precisamos do apoio da sociedade. 


Obs.: Espaço aberto a todos os candidatos aos cargos eletivos de 2016. Interessados em apresentar suas ideias e propostas aos leitores do Ponto Final escrevam para redacao@pfinal.com.br. 



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