sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sinto-me envergonhado em ver o novo celular da Samsung.

Por Carlos A.B. Balladas

A Samsung, empresa coreana, lançou, nesta semana, com estardalhaço, como sempre faz, um novo modelo de aparelho de telefonia móvel, aqui em terras tupiniquins denominado de celular.
Vejo muita gente entusiasmada com o novo produto, especialistas se debruçando sobre as maravilhas que a traquitana é capaz de realizar e muitos outros, como eu, usando aparelho comprado há um ano, parecendo algo da Idade Média.



A pergunta que fica, entretanto é: como uma empresa coreana produz algo de altíssima tecnologia, e nós, brasileiros só conseguimos aplaudi-los?
A Coreia do Sul, cerca de 40 anos atrás, era um pais mais pobre e menos desenvolvido que o Brasil. Hoje, admiramos os carros que produzem, os microondas que temos em casa e os celulares que são quase mágicos ; tudo isso com tecnologia 100% coreana.
O milagre que operaram em 40 anos é um só: investimento em educação.
Me lembro bem, nos tempos em que era estudante, em meados da década de 1970, que a Coreia do Sul era o pais, entre todos deste planeta, com o maior número de estudantes bolsistas no exterior.
No momento, o governo brasileiro cortou as verbas para bolsistas brasileiros no exterior, e o dinheiro para a ciência praticamente inexiste. Estamos expulsando as mentes brasileiras mais brilhantes.
Outro dado espantoso: fiquei sabendo esta semana que as vagas publicas nas faculdades paulistas de medicina estão congeladas há exatos 40 anos, e não chegam a 300.
Não é de se espantar que quem consegue estudar medicina no Brasil são pessoas de classes abastadas.
Esta é uma das razões que precisamos importar médicos de Cuba.
Diante disso, eu sinto grande vergonha de meu país quando sou obrigado a ver um novíssimo celular coreano, cheio de novas tecnologias, e que um dia precisarei comprá-lo.


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