quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Justiça suspende demissões da Universidade Metodista

Da redação

A 8ª Vara do Trabalho de São Bernardo do Campo deferiu, nesta última terça-feira (09), parecer parcialmente favorável à Ação Civil Pública com pedido de liminar proposta pelo Sindicato dos Professores de Santo André (Sinpro ABC), suspendendo a dispensa dos empregados. Até a data da ação, 66 docentes (50 do ensino superior e 16 da educação básica) haviam sido demitidos. 

Então, a ação do Sinpro ABC solicitava a suspensão das demissões e de possíveis novas dispensas; readmissão dos professores demitidos; pagamento dos vencimentos atrasados; abstenção de novas demissões coletivas; e informação nominal de possíveis novos demitidos e as razões dos motivos do desligamento.

Na decisão, a juíza Dra. Valéria Pedroso de Moraes deu como suspensas as demissões, solicitando que, em um prazo de cinco dias, a mantenedora da instituição informe nominalmente ao Juízo o nome dos professores demitidos, além daqueles que podem ser futuramente dispensados, inclusive esclarecendo o motive de cada uma das demissões. Também fica estipulada multa de R$ 10 mil por professional, a partir de agora dispensado, a impossibilidade de novas demissões coletivas sem prévio aviso e negociação com o sindicato da categoria.

Contexto
A Universidade Metodista de São Paulo demitiu em dezembro de 2017 cerca de 70 professores, mestres e doutores, das três unidades localizadas na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Dentre os cursos afetados estão a graduação e a pós-graduação (mestrado e doutorado) de Administração, Psicologia, Ciências da Religião e Comunicação, um dos mais atingidos pelas mudanças.

De acordo com o representante dos alunos da pós-graduação em Comunicação da Metodista, Carlos Ferreira, há uma insegurança na comunidade acadêmica. "Muitos alunos estão perdendo seus orientadores... há teses a serem defendidas nos próximos meses e alunos que seriam encaminhados ao exterior por seus orientadores para cursar o doutorado. As demissões têm sido arbitrárias e não demonstram respeito por esses profissionais. Trata-se de mais um exemplo de descaso com a educação e com a produção científica no País", afirma. 

A instituição alega corte de gastos e perda de 3 mil alunos para justificar as demissões. Funcionários e docentes alegam estar recebendo os salários com atraso há meses e, em alguns casos, o FGTS não é depositado desde 2015.

Outras universidades no País passam por crises semelhantes a da Metodista de São Bernardo do Campo. No Rio de Janeiro, a Universidade Estácio já demitiu centenas de professores. Na Universidade Metodista de Piracibaca (Unimep), o cenário é parecido. O Centro Universitário Sant'Anna, de São Paulo, também passa por crise, o que prejudica as atividades acadêmicas de vários alunos.

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